Planalto vai ‘reorganizar’ base aliada, prevê Moreira Franco

Após a Câmara dos Deputados barrar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer com menos votos do que na ocasião em que foi rejeitada a primeira acusação, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou ao G1 que o governo “sai fortalecido” do episódio para “reorganizar” a base de apoio parlamentar e implementar sua agenda econômica, cuja principal proposta é a reforma da Previdência Social.

Na última quarta-feira (25), depois de mais de 12 horas de sessão, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra Temer por organização criminosa e obstrução de Justiça. O placar registrou 251 votos favoráveis ao presidente e 233 contrários, mais duas abstenções e 25 ausências. Na primeira denúncia, por corrupção passiva, foram 263 votos pela rejeição da acusação, contra 227, com duas abstenções e 19 ausências.

Apesar da perda de 12 votos, Moreira discorda das análises que indicam um governo enfraquecido. Segundo o titular da Secretaria de Governo, a “grande luta política” da oposição se deu na obtenção do quórum mínimo para realizar a votação da quarta, que era de 342 deputados. A oposição se articulou para não registrar presença e conseguiu atrasar a votação.

“O governo sai fortalecido porque nós conseguimos derrotar a oposição na questão do quórum por uma diferença enorme, que permite que nós possamos reorganizar a nossa base e trabalhar em torno de mudanças até de quórum qualificado, como a reforma da Previdência”, disse o ministro em entrevista ao G1.

Um dos principais conselheiros políticos de Michel Temer, Moreira está entre os nove denunciados pela PGR em setembro. A PGR acusou o presidente da República de ter cometido os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. Já Moreira e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, são acusados pelo Ministério Público de organização criminosa. A Procuradoria Geral da República sustenta que o grupo do PMDB ao qual eles pertencem atuou em estatais, na Câmara e em ministérios para obter propina. As defesas dos três negam as acusações.

Com a decisão da Câmara de não enviar a denúncia ao Supremo, o presidente só responderá ao processo na Justiça ao final do mandato, em 31 de dezembro de 2018. No caso de Moreira e Padilha, o STF precisará definir quando a denúncia poderá ser analisada, se no momento em que eles deixarem o cargo ou ao final do mandato de Temer.

 

Fonte: Trbn

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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