Esquenta disputa entre os candidatos à chefia do MP-BA

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No próximo dia 15 de fevereiro, 546 procuradores e promotores de Justiça vão escolher quem vai ser o chefe do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) nos próximos dois anos. Com intensa campanha nas redes sociais, cinco candidatos disputam o posto de procurador-geral do MPBA, que terá orçamento de R$ 499 milhões para 2016.
Os três mais votados vão compor a lista tríplice a ser enviada ao governador Rui Costa (PT), que irá escolher o novo procurador-geral. Tradicionalmente o mais votado é o escolhido, mas isso não é uma regra.

No páreo estão o atual procurador-geral, Márcio Fahel, que concorre à reeleição, e os promotores de Justiça Alexandre Cruz, Ediene Lousado, Millen Castro e Pedro Maia. Ediene Lousado e Millen Castro compuseram a lista tríplice das eleições passadas, em 2014, junto a Márcio Fahel, mais votado e escolhido pelo então governador Jaques Wagner (PT).

Na próxima quarta-feira, a Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb) realiza, em parceria com o Grupo A Tarde, às 14h, um debate com a presença dos cinco candidatos, na sala das sessões do MPBA, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O evento terá a participação de representantes da sociedade civil, convidados previamente. A presidente da Ampeb, Janina Schuenck, afirmou que a participação de representantes da sociedade no debate é importante. “Por isso convidamos várias representações, para que possam expor seus anseios”.

Campanhas

As campanhas começaram no início de janeiro, quando foram encerradas as inscrições dos candidatos. Como é um processo eleitoral interno do MPBA, os próprios candidatos financiam as campanhas, com ajuda de colegas simpatizantes às suas propostas.

Os candidatos Millen Castro e Alexadre Cruz criaram um site para a campanha, enquanto Márcio Fahel e Pedro Maia estão atuando no Facebook e Ediene Lousado aposta no WhatsApp.

Márcio Fahel defende a consolidação dos avanços e a realização de “ajustes administrativos para que a máquina funcione da melhor maneira possível. Queremos trabalhar uma melhor gestão de pessoas, entre membros e servidores, e fortalecer a estrutura física e tecnológica”, diz.

Pedro Maia trabalha com propostas que têm, essencialmente, três bandeiras: melhoria do diálogo interno, aprimorar a interface entre os poderes e melhorar a estrutura de trabalho. “Defendo a manutenção do ambiente democrático existente e o empoderamento da área finalística”, afirma.

Millen Castro e Alexandre Cruz criticam a concentração de promotores e procuradores na capital (entre 40% e 45% do total, segundo eles). Por isso, entre suas propostas, defendem realização de concurso para contração de mais profissionais para atuarem no interior.

“Defendo, também, a maior aproximação com o colégio de promotores e o fortalecimento da atuação do MP no combate ao crime e à improbidade administrativa”, afirma Castro.

“Precisamos melhorar a articulação interna e externa, aprimorar a atuação do MP no acesso à saúde e no combate ao crime e à corrupção, além de utilizar com mais racionalidade os recursos humanos e financeiros”, diz Cruz .

Ediene Lousado, por sua vez, afirma que avanços ocorreram nos últimos anos, mas diz que ajustes precisam ser feitos. “Minhas propostas passam pela maior integração entre promotores, procuradoria-geral e servidores; continuar a estruturação das promotorias criminais e diálogo com cada promotor para ter maior eficiência”, afirma.

Perfis dos candidatos

Alexandre Cruz

No MP há quase 14 anos, já atuou em diversas comarcas no interior. Foi presidente da Ampeb no biênio 2013/2015 e vice-presidente em 2011/2013. Foi coordenador das promotorias regionais de Teixeira de Freitas e Santo Antônio de Jesus.
“Defendo uma melhor articulação dos poderes com a sociedade. Precisamos tornar a gestão mais profissional”

Ediene Lousado

Há 23 anos no MP, atuou em diversas comarcas no interior e já coordenou o Gaeco. Atuou na Secretaria-Geral e como Coordenadora da Controladoria Interna do MPBA. Na última eleição, compôs a lista tríplice como a 2ª mais votada
“Queremos intensificar mais a estruturação dos centros de apoio às promotorias nas áreas de direito difuso”

Márcio Fahel

Ingressou no MP há 22 anos e atuou em diversas promotorias do interior da Bahia até 2008, quando foi promovido para Salvador, onde atuou em diversos cargos. Desde 2014 ocupa o posto de procurador– –geral, após formar lista tríplice como mais votado
“Vamos continuar melhorando a gestão de pessoas e atuar para fortalecer a estrutura física e tecnológica”

Millen Castro

Há 16 anos no MP, já atuou em cidades do interior e atualmente é titular da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, em Candeias. Coordenou o Naic, órgão do MP integrante do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente
“Queremos fortalecer o combate ao crime e à improbidade e mudar o foco na gestão de recursos humanos”

Pedro Maia

No MP há 11 anos, atuou em cidades do interior até 2013, quando foi removido para a capital. Atuou no Gaeco e coordenou o Centro de Apoio Operacional Criminal e o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos crimes econômicos
“Importante pontuar a necessidade de empoderar procuradores e promotores que atuam na área finalística”

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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