Ao contrário do discurso alagoinhense que ressalta a união política em Feira de Santana, a Princesa do Sertão não elegeu deputado federal

Quando alguém, comunicador alagoinhense, ouvinte ou leitor, quer criticar a política do município sempre ressalta a “união política de Feira de Santana”, como se a Princesa do Sertão fosse exemplo a ser seguido para o bem de Alagoinhas. Mas não é exatamente assim, como demonstraram os resultados eleitorais: a cidade “vizinha” não conseguiu eleger um deputado federal, apesar de ter quase 400 mil eleitores, e ficará sem representatividade, quando no passado contou, dentre outros, na Câmara dos Deputados, com João Durval Carneiro, Chico Pinto (ícone da esquerda nacional), Jairo Carneiro (atual secretário estadual de Agricultura), José Ronaldo (prefeito pela terceira vez).

A partir da próxima legislatura Feira de Santana ficará órfã em nível federal e possivelmente será adotada por Irmão Lázaro (PSC), que obteve 25.965 votos na Princesa do Sertão. O mesmo ele quer fazer com Alagoinhas. Como “irmão”, deseja abrigar todos, encobrindo um pragmatismo elevado à enésima potência de seus asseclas alagoinhenses, para ficarmos apenas neste exemplo.

Ainda em relação a Feira de Santana: Colbert Martins (PMDB), que em 2012 apoiou a eleição de José Ronaldo (DEM) para a prefeitura, não teve a retribuição e perdeu a eleição. O prefeito direcionou o apoio de seu grupo para Zé Chico (DEM), que nunca ocupou cargos eletivos, mas sempre esteve próximo dos poderosos feirenses ( não logrou êxito). Fernando Torres (PSD), de uma família rica, proprietária de mais de 70 postos de combustíveis, opositor de José Ronaldo, também não se elegeu. 

Portanto, o discurso comparativo com as excelentes qualidades dos políticos feirenses caiu por terra, embora os argumentos dos alagoinhenses fossem historicamente mais fantasiosos do que realidade concreta. Ouvi de um experiente político na campanha de 2010 a seguinte frase: “Para a política ser diferente a natureza humana deveria ser outra, mas não é”. A natureza humana é a mesma em Alagoinhas e em Feira de Santana. 

Maurílio Lopes Fontes – Editor do Alagoinhas Hoje