Indústria volta a cair em março, mas fecha 1º trimestre no azul

A produção industrial brasileira teve ligeira queda, de 0,1%, em março, frente a fevereiro, mas ainda conseguiu fechar o primeiro trimestre do ano com alta de 3,1%, ante 2017, informou o IBGE nesta quinta-feira (3).

A produção de março esteve 15,3% abaixo do nível recorde alcançado pela indústria em maio de 2011.  

Em relação a março de 2017, a indústria cresceu 1,3%, completando 11 meses de taxas positivas nessa base de comparação. Em 12 meses, acumula alta de 2,9%.

A expectativa de pesquisa da agência Reuters com analistas era de alta de 0,6% no mês e avanço de 3,3% na comparação com março do ano passado.

O resultado ocorre após a indústria ter registrado forte recuo na produção em janeiro (-2,2%) e uma alta de 0,1% em fevereiro, refletindo um quadro geral de redução de ritmo na produção frente ao patamar positivo do final de 2017.

Se a comparação do primeiro trimestre deste ano for feita com o trimestre imediatamente anterior (outubro a dezembro de 2017), a produção industrial ficou estagnada, mostram cálculos da consultoria MCM.

“No primeiro trimestre podemos dizer que estamos longe de uma trajetória de maior consistência para a produção industrial. Temos ainda um mercado de trabalho longe de absorver os desocupados e isso atrapalha o consumo”, disse o gerente da pesquisa no IBGE, André Macedo.

O desempenho no vermelho em março deste ano se deve, principalmente, às taxas negativas da categoria de bens intermediários, tanto na comparação com fevereiro (-0,7%) quanto em relação a março de 2017 (-0,2%). 

“Os bens intermediários têm relação direta com a dinâmica da demanda doméstica. Por isso, quando há menos procura por matérias-primas, a categoria recua e isso reflete no indicador geral”, afirmou Macedo.

Os bens intermediários, que correspondem a cerca de 60% da indústria nacional, formam uma categoria abrangente, que inclui as matérias-primas da própria indústria, com destaque para commodities como minério de ferro e petróleo, celulose, açúcar, derivados da soja, produtos da metalurgia, adubos e fertilizantes, além de biocombustíveis e produtos do refino do petróleo.

“Isso explica porque, na passagem de fevereiro para março, mesmo com queda apenas nessa categoria, há tantas atividades apresentando taxas negativas”, disse o gerente da pesquisa.

A fabricação de bens de consumo duráveis, como aparelhos de TV, registrou aumento de 1% ante fevereiro. Com a Copa do Mundo se aproximando, as indústrias aumentam a produção de televisores.

 

 

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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