Três problemas atuais da era Roberto Santos

Do alto dos seus 89 anos, 36 anos depois de ter deixado o governo baiano, o professor Roberto Santos, lúcido e ativo na presidência da Academia de Ciências da Bahia, dá as suas tiradas de bom humor. Perguntamos:

— Professor, o senhor fez o Parque de Exposições, que está aí no centro de uma polêmica, se deixa de ser agropecuário para se tornar palco de festas ou não. Fez o Centro de Convenções, que está aí tipo balança, mas não cai, mais para cair. E fez o Museu de Ciência e Tecnologia, que deixaram fechar. O que o senhor nos diz disso?

— Ih, rapaz. Sem querer eu acabei criando problemas para o governo.

A sério, Roberto diz que as três obras obedeceram a um ritual estratégico: o Parque de Exposições para dar ao soteropolitano mais proximidade com a agropecuária, item importante na economia estadual; o Centro de Convenções, instalado num ponto estratégico de Salvador, para ser vetor de crescimento; e o Museu para dar à juventude noções tecnológicas, já que a Bahia, primeiro com a cana e depois com o cacau, sempre teve tradição agrícola.

Ele diz que tais princípios estão na validade, mas admite: no caso do Parque e do Centro, o olho gordo da indústria imobiliária pode estar falando mais alto.

Museu  — Se é que serve de alento, o secretário de Ciência e Tecnologia, Manoel Mendonça, na Semana da Ciência e Tecnologia (com uma interessante exposição no Cimatec neste fim de semana), anuncia que está em contato com o Ministério da Ciência e Tecnologia para revigorar o Museu baiano, com um detalhe:
— Nós queremos que ele seja uma referência nacional.

O projeto está em andamento.

 

Fonte: Coluna Tempo Presente/ A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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