Tecnologia promete revolucionar a vida de pessoas com deficiência
O Emotiv Epoc + detecta padrões de atividade cerebral em deficientes e os ajuda a controlar dispositivos (Foto: Divulgação)
A CUBE Tech Fair, feira de tecnologia e inovação em Berlim, na Alemanha, é um showcase das iniciativas mais inovadoras em diversas áreas.
No ano passado, Rodrigo, superintendente do Instituto Rodrigo Mendes, que atua na inclusão de pessoas com deficiência na educação regular, pode definir com o pensamento a aceleração e as curvas para a esquerda e a direita, pois os sensores de seu capacete estavam ligados ao motor do veículo por meio de um software e um computador de bordo.
A evolução de novas tecnologias – estamos falando de inteligência artificial, internet das coisas, detecção de objetos, reconhecimento facial e outras – e a combinação delas apontam para uma revolução na área de tecnologia assistiva.
Um representante daStartOut Brasil, programa de apoio à inserção de startups brasileiras em ecossistemas de inovação, promovido pelaApex, o Sebrae e outros parceiros, levou seus produtos à CUBE Tech Fair.
Formado em Ciências da computação, Marcos Oliveira Antonio Penha, conhecido como Marcos OAP, 30 anos, iniciou a startup AWA (AnnuitWalk Accessibilities) após se envolver em projetos de iniciação científica sobre inteligência artificial e wearables.
Ele elegeu um tipo de deficiência para se aprofundar e durante um ano estudou as queixas e necessidades das pessoas cegas. Juntou-se a dois sócios: Washington Carvalho, CQO (Chief Quality Oficer), é cego e alavancou muitas das inovações por conta de suas opiniões e Eduardo Emeri, o CTO, formado em mecatrônica com especialização em IoT (Internet das coisas).
De 2013 para cá a equipe, sediada no Recife (PE), desenvolveu dois principais produtos, a bengala inteligente e o óculos Eyeround, que possui sensores para detectar obstáculos, ler textos e descrever lugares.
Essa tecnologia wearable ainda é protótipo mas está disponível para compra no site da empresa via crowdfunding, e promete uma experiência de inclusão imersiva e completa.
O objetivo do time, que venceu em 2015 o Global World Youth Award, da ONU, é vender os produtos a um custo mais acessível do que o praticado pelos players tradicionais desse mercado (uma bengala ultrassônica custa um mínimo de R$ 140 reais, a da AWA, que tem sensores, emite vibração e som de forma personalizável, custa R$ 77,70). “Queremos causar um impacto social, mas isso não é abrir mão do lucro, a nossa margem chega a 300%,” conta o empreendedor.
As estratégias da AWA são conseguir investimento para entrar no mercado de forma mais rápida e escalável e fazer parceria com grandes corporações para a produção dos óculos, para seguirem com o foco na inteligência artificial.
A participação na CUBE Tech Fair despertou o interesse de uma importante empresa da área ótica da Alemanha, cujo nome é mantido em segredo por conta das negociações. “Somos críticos e ativistas e acreditamos que dar mais acesso à tecnologia assistiva é promover a inclusão.”
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios