Luiz Argôlo: uma delação complicada – Maurílio Fontes

A suposta delação do ex-deputado federal Luiz Argôlo, que o Alagoinhas Hoje registrou como possível em post do dia 29 de julho (antes, portanto, de matéria de um site da capital) dentro do desenho proposto, não seria uma confissão de culpa. Ele aceitaria a delação, mas sem se implicar, porque não teria crimes a confessar (uma novidade tratando-se da Operação Lava Jato).

Mesmo assim, segundo o jornal Folha de São Paulo, haveria interesse da força tarefa da OLV em sua delação.

Considerado peixe pequeno por muitos “analistas” do panorama político, inclusive do mundinho alagoinhense, Argôlo, no entendimento deste articulista, sabe bastante porque transitou ao longo de quatro anos nos corredores do poder brasiliense, sem amarras, como se fosse veterano nas lides palacianas.

O mais interessante, contudo, será se a delação incluir, também, fatos arrolados na Operação 13 de Maio, que em Alagoinhas se conecta com a Operação Lava Jato pelos motivos e personagens conhecidos, com os quais Argôlo manteve proximidade indissociável enquanto esteve fazendo política (frise-se que o ex-parlamentar não foi citado formalmente na 13 de Maio). 

Em termos nacionais, a delação do ex-deputado federal poderá ter seus efeitos mitigados por fatos mais importantes, mas certamente em Alagoinhas e região ela repercutirá significativamente pelo envolvimento de muitos amigos com seus negócios.

A associação entre as duas operações é pertinente e a delação, se fugir do roteiro inicial proposto e for ampliada para além da Lava Jato, causará dissabores a muitos novos ricos, que “subiram na vida” às custas da amizade com o ex-deputado federal, mesmo no desempenho de papéis de “empresários subalternos”.