Jornalismo independente exige compromisso da sociedade e leitores terão que pagar para acessar matérias do Alagoinhas Hoje – Maurílio Fontes

O jornalismo impresso enfrenta crise sem precedentes, talvez a maior desde o marco sequencial do invento de Gutenberg.

A mídia televisiva, com o advento e as possibilidades da internet, também vive um período de grandes dúvidas quanto ao futuro.

Por muitos anos, assim como sempre aconteceu na história da humanidade, os velhos modelos (de comunicação) coexistirão com as novas formas (de se fazer jornalismo).

Permanência e mudança conviverão até que o novo supere o velho, instaurando padrões de produção e consumo jornalísticos em consonância com as demandas de um novo consumidor, mais afeito ao que a tecnologia oferece em termos das múltiplas alternativas de experimentação comunicacional.

Sem dúvida, fidelizar o consumidor de informações será (é) o grande desafio de todos os veículos de comunicação, inclusive dos sites espalhados pelo interior do Brasil, rol no qual se inclui o Alagoinhas Hoje, que em menos de cinco anos de atividade se firmou como fonte confiável de produção jornalística local, superando em credibilidade, matérias exclusivas e alcance, principalmente no campo da política, os concorrentes alagoinhenses.

Na política, faltam aos nossos concorrentes, quase todos neófitos na área, experiência prática em lidar com as complexas variáveis da disputa eleitoral e da gestão administrativa.

É desnecessário registrar nossa experiência na política, anos-luz à frente dos sites e blogs alagoinhenses. Mas vamos ao que interessa.

Sem saber e nem conhecer os desafios da produção jornalística, o leitor está sempre a exigir a prática diária do jornalismo independente, sem vinculações, como se o Alagoinhas Hoje fosse um badogue a atirar pedras em todas as direções.

O Alagoinhas Hoje pratica e tenta praticar o jornalismo independente. Nossa história é prova cabal das opções editoriais, que não são perfeitas, mas inegavelmente diferenciadas daquelas praticadas em Alagoinhas e região.

Existe, contudo, um nó górdio que precisará ser desatado: como financiar o jornalismo independente do Alagoinhas Hoje?

A única alternativa, em médio prazo (até o final de 2017, quando o site completará cinco anos) será estabelecer um número de matérias (10) com acessos gratuitos mensalmente.

A partir deste limite, o leitor terá que pagar para ter acesso às matérias do Alagoinhas Hoje, a exemplo do que já acontece nos grandes sites da região Sudeste.

No dia 26 de novembro, quando o site completará cinco anos uma nova plataforma estará no ar, com todas as modificações e aperfeiçoamentos que consideramos necessários e adequados visando modernizar o Alagoinhas Hoje.

Serão grandes desafios, tanto para nós quanto para os leitores, porque uma nova cultura precisará ser instaurada em nosso modelo comunicacional e na mentalidade dos leitores.

Para mudar, é preciso projetar e ousar.

Se tivemos coragem ao fazer jornalismo diferenciado que praticamos, principalmente na campanha eleitoral de 2016, não nos faltarão têmpera, vontade e compromisso com a comunicação independente.

Mas para que isso se torne realidade os leitores do Alagoinhas Hoje terão que fazer a parte que lhes cabe neste projeto inovador.

Existe um preço para que o jornalismo independente sobreviva.

O jornalismo chapa branca custa muito mais caro e objetivamente presta desserviço aos leitores.

Em nossa chapa está registrada em letras garrafais a seguinte frase: JORNALISMO DE INTERESSE SOCIAL.

A conta terá que ser paga pelos leitores de forma justa e sustentável.

O futuro é logo ali.

Maurílio Fontes é editor do Alagoinhas Hoje e tem 32 anos de atividades comunicacionais