"Grosso do dinheiro vai para a classe média", diz Levy sobre benefícios sociais

Em defesa por regras mais duras para as pensões propostas pelo governo Dilma Rousseff (PT), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, argumentou, nesta segunda-feira (20), que a maior parte do dinheiro transferido pelo governo para a população vai para a classe média.

“Não é só no Brasil que o grosso do dinheiro vai para a classe média [e] a classe média é também uma grande parte da população total. Poderia melhorar o foco no gasto? Sim. Por isso é que estamos fazendo a reforma das pensões, outra reforma enviada pela presidente pelo Congresso”, afirmou Levy ao ser questionado sobre os gastos sociais do governo – do Bolsa Família aos benefícios previdenciários –, durante a Cúpula Monetária das Américas da  Bloomberg, em Nova York.

No final de 2014, Dilma editou uma Medida Provisória que endureceu as regras para a concessão de pensões por morte, consideradas pelo governo como um dos principais focos de descontrole nas contas da seguridade social. O texto precisa passar pelo Congresso para vingar.

Entre as mudanças, está o fim da pensão vitalícia integral para qualquer pessoa independentemente da idade, do número de filhos e da expectativa de vida. Por esse motivo, argumentou Levy, trata-se  de uma “reforma da pensão do sobrevivente”, e não do benefício como um todo.

“Se você se torna viúvo, em certa idade, não precisa ter a pensão a vida inteira. Fizemos um ajuste em que (…) quanto maior for sua expectativa de vida, menor será o tempo que você receberá a pensão, porque acreditamos que você tem tempo para ir ao mercado e construir a sua própria pensão, e não [viver da] pensão do sobrevivente”, afirmou o ministro.

Levy também defendeu as alterações no seguro-desemprego – objeto de uma segunda MP -, dizendo que elas têm por objetivo reduzir a rotatividade no mercado de trabalho, que prejudica o desenvolvimento das competências dos trabalhadores.

Superávit primário será atendido
Questionado, o ministro reafirmou que acredita na possibilidade de atingir um superávit primário [receita para pagar os juros da dívida] de 1,2% em 2015, acima dos 0,8% que o mercado tem previsto.

Para tanto, porém, Levy afirmou ser necessário fazer passar no Congresso as propostas apresentadas pelo governo e desmobilizar os incentivos fiscais usados no primeiro mandato de Dilma – uma política que “se exauriu”, segundo ele.

“Eu acho que as coisas irão bem no Congresso. Há muito apoio ao ajuste”, disse o ministro.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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