Governo JN precisa apresentar projeto global “ocinêgomanid” – Maurílio Fontes

Caro leitor do Alagoinhas Hoje, não se espante de chofre ao ler o título deste artigo.

A  sua grafia não está “errada”.

Houve apenas a inversão da palavra dinamogênico, relativa à dinamogenia, que quer dizer estimulante, que possui energia.

Governos precisam se aproximar dos cidadãos, conquistar apoios e garantir adesões a partir de uma agenda estimulante e capaz de entusiasmar o conjunto da sociedade em pelo menos 50% mais um, percentual modesto que não garante aprovação cabal, mas também não é uma tragédia.

Aqui, faço algo comum em tempos modernos: Ctrl C seguido de CtrlV de artigo (de minha autoria) que publiquei na tarde de hoje no WhatsApp e em grupos do Facebook.

“Governos devem agir proativamente e não reativamente. Em política, timing é muito importante.

É preciso aliar timing, tom correto de suas atitudes, transparência, capacidade de gestão, claras definições das prioridades e argumentos consistentes.

Fora disso, os governos perderão o bonde da história, comprometendo suas performances, projetos administrativos e estratégias eleitorais futuras.

Mais do mesmo já não basta.

Práticas envelhecidas e carcomidas pelo tempo desgastam a imagem e abrem flancos políticos fáceis de penetrar, deixando os centros dos governos sob fogo intenso da oposição e da sociedade civil.

Errar muito em pouco tempo é sinal evidente da inexistência de projetos tangíveis para governar.

De nada adianta se criar uma teatralidade colorida, pois a realidade cotidiana se impõe e as insatisfações pululam, criando caldo de cultura parecido com um tsunami.

Convivi durante mais de 20 anos com quase duas dezenas de gestores municipais e conheço bem a forma de pensar e agir dos chefes do Executivo.

Donos quase que absolutos de todas as verdades.

Mas o mundo se modifica rapidamente e as demandas sociais estão na ordem do dia.

Por isso mesmo, as abordagens precisam ser inovadoras em tempos de redes sociais e de grande instantaneidade da comunicação.

Notícias impactantes e fatos negativos podem fazer ruir os governos que estão em construção.

Donos da verdade na política serão sempre os primeiros perdedores.

E também quem dorme em berço esplêndido.

Morfeu não é bom conselheiro para os políticos.

É preciso acordar”.

Embora entre aspas, o artigo é de minha autoria como registrado acima.

Faço esta separação apenas para dar-lhe, caro leitor do Alagoinhas Hoje, sentidos de interrupção e continuidade, que também devem balizar as práticas dos governos.

É preciso interromper aquilo que comprovadamente não está dando certo e apresentando resultados abaixo do esperado.

A prudência recomenda a continuidade ao que se revelou positivo e catalisador de resultados que a sociedade deseja.

Na administração pública, não é cabível o jargão futebolístico do “treino é treino, jogo é jogo”.

O jogo é jogado o tempo todo. Não há espaço para treinos.

E as concatenações políticas e administrativas precisam, necessariamente, ter caráter dinamogênico, tais como as belas jogadas futebolísticas.

Não se deseja gols de placa a cada dia, mas de canela ou com jogadas repetidas, em preto e branco, não valem.

Administração retrô não  “tá com nada”. 

Não existem segredos inalcançáveis, a despeito da complexidade da gestão pública, quando se tem um projeto dinamogênico de fato, de verdade, mesmo que inacabado, que, supõe-se, apresentará seus contornos ao longo do mandato.

Na gestão pública, apesar das amarrações legais, o dia nunca será o de amanhã, porque a urgência determina que as coisas aconteçam hoje ou pelo menos comecem a ganhar formas concretas neste momento.

O instante é agora.

É fácil escrever a palavra dinamogênico ao contrário – ocinêgomanid – e a mesma facilidade pode ser encontrada ao grafá-la dentro da norma da língua portuguesa.

Difícil – e desafiador – é colocar a locomotiva administrativa nos trilhos e percorrer com níveis de aprovação popular, por conta das realizações demandadas, o longo trajeto até 31 de dezembro de 2020.

Mais do que inverter palavra ocinêgomanid, o governo Joaquim Neto precisa reverter as expectativas que pairam sobre o conjunto da atual administração.