Empresários do varejo estão mais otimistas, diz pesquisa

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Os empresários do comércio brasileiro estão mais confiantes na economia. De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 47,9% dos comerciantes  acreditam que o segundo semestre deste ano será melhor do que o primeiro.  E mais: em julho, o percentual de empresários que consideravam a crise econômica muito grave era de  60,2%. Em agosto, este número caiu para 39,5%.

Os números foram apresentados, nesta sexta-feira, 2, durante o segundo dia da 55ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, que acontece em um hotel da Praia do Forte, no litoral norte baiano. Promovido pela CNDL, Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Bahia (FCDL-BA) e  pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL-Salvador), o evento reúne até domingo, 4, cerca de  2.300 dirigentes  do setor e empresários de todo o país.

A pesquisa ouviu varejistas e prestadores de serviço das 27 capitais e do interior do Brasil. Com relação às medidas adotadas pelos empresários para enfrentar a crise, o levantamento mostrou que a redução de custos ficou em primeiro lugar (38%), seguida da redução de preços (17,3%) e da demissão de funcionários (10,1%). A boa notícia é que 84% dos pesquisados não pretendem reduzir o quadro de funcionários no segundo semestre deste ano.

“Os dados da pesquisa são consistentes com a discreta melhora dos indicadores de confiança tanto por parte dos empresários e as expectativas de que a economia inicie a retomada no próximo ano”, afirmou Honório Pinheiro, presidente da CNDL. “A crise política deverá continuar, mas a pesquisa tem uma métrica e ela nos sinaliza que nós deixamos de piorar e como sabemos que o segundo semestre significa 55% do que produzimos, a expectativa é boa. A questão política depende ainda da materialização de alguns fatos. Estivemos com o governo e apresentamos sugestões que o governo avaliou que devem ser apressadas”.

Antônio Tawil, presidente da FCDL-BA, salientou  que alguns setores do varejo já  mostram bom desempenho,  como o de confecções  e de calçados. Demanda por esses produtos aumentou no último mês. “Os índices que esperamos que melhorem só vão aparecer no final do ano com reflexo em janeiro e fevereiro. As indústrias estão produzindo mais, e temos melhores expectativas para as vendas do final do ano”, sinalizou.

Médio prazo

O presidente do SPC Brasil, Roque Pelizzaro Júnior, disse que na economia tudo que acontece agora se reflete a médio prazo e citou como exemplo que, se ocorrer como se espera, a queda da taxa Selic, seus reflexos acontecerão nos próximos 120 dias.  Portanto, os efeitos no crédito e nas vendas no setor só serão sentidos no ano que vem.

“A febre na economia ainda não foi debelada, mas o remédio está sendo dado agora e os resultados ocorrerão nos índices do próximo ano, apesar da previsão de redução do PIB bastante grande este ano”, afirmou Pelizzaro Júnior.

Como fatores preocupante,  ele citou a sazonalidade do emprego temporário comum no final de ano, o anúncio da Walmart americana de que irá demitir  funcionários e o impacto da greve dos bancários, prevista para a próxima semana, que costuma deprimir ainda mais o volume de vendas no comércio. Mas citou setores com bons resultados como o de farmácias,  que chegou a crescer 20% no primeiro semestre,  e o de alimentos que apresentou resultado positivo de 4%.

Para Frutos  Dias Neto, presidente da CDL Salvador, o momento ainda é grave para os comerciantes, “mas espera-se que lojistas tenham condições de superar a crise, revendo seus hábitos, trazendo novas práticas para o mercado, com acesso a novas tecnologias, fazendo com que o consumidor possa ter melhores experiências de compras”.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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