Diretor geral do SAAE terá que resgatar imagem da empresa – Maurílio Fontes

A crise do SAAE não será estancada apenas com a mudança da diretoria, porque ultrapassa em muito a mera troca de nomes.

É preciso mudar o modelo de gestão, garantindo à autarquia sua autonomia financeira e não fazer dela um tapa buraco dos rombos das contas da Prefeitura de Alagoinhas.

Hoje, ao  contrário dos tempos pretéritos, isso é mais difícil, mas nos últimos 30 anos a bengala financeira do SAAE foi regra em quase todos os governos.

Na condição de assessor comunicação de  alguns prefeitos de Alagoinhas pude constatar de perto a maneira como a empresa se submetia aos ditames do chefe do Executivo.

O SAAE pode dispor de autonomia financeira, mas politicamente está atrelado ao que determina o prefeito.

As referências sobre o futuro diretor geral são as melhores possíveis e muito se espera da nova gestão.

Tomara, que ao ser convidado, ele tenha imposto algumas linhas demarcatórias ao prefeito Paulo Cezar visando proteger o SAAE da sanha atabalhoada do chefe do Executivo, pródigo em exigir da autarquia práticas dissociadas de suas verdadeiras atribuições.

Não se pode negar, entretanto, um acerto do prefeito: ele não se dobrou às pressões sindicais que desejavam uma solução caseira visando ocupar a vaga de diretor geral.

Desta vez, o secretário da Fazenda foi melhor conselheiro porque opinou pela vinda de um gestor de fato, experimentado ao longo de sua vida profissional.

Que este acerto não seja transformado, no futuro, em mais um erro da administração, que precisará apenas “deixar o homem trabalhar” e não se imiscuir no dia a dia da autarquia.

Uma auditoria se impõe como a primeira atitude do novo gestor do SAAE, porque a empresa vive uma crise financeira, administrativa e técnica de grandes proporções.

Provavelmente, a maior de sua história.

Sem crédito na praça e sem credibilidade, o SAAE terá que recomeçar um longo caminho para resgatar sua imagem.