Debates ajudam na definição dos votos? – Maurílio Fontes

A esta altura da disputa eleitoral para a presidência da República, quando faltam seis dias para a definição do futuro mandatário da Nação, algumas dúvidas ainda restam  sobre a eficácia dos debates televisivos para a escolha de um dos candidatos.

A não ser que uma derrapada de grande monta aconteça, o nível de cristalização dos votos será mantido, não restando nesta quadra do embate eleitoral consideráveis segmentos a serem conquistados.

Diante da renhida disputa, como assinalam as pesquisas dos institutos mais conhecidos, o imponderável poderá definir o resultado eleitoral – abstenção mais elevada, votos brancos, clima nas diversas regiões do Brasil, capacidade de mobilização das duas coligações nos grotões do Brasil.

Parafraseando o grande escritor Nelson Rodrigues, o “sobrenatural de almeida”, tão usado para explicar as coisas do futebol, poderá entrar em ação no próximo domingo. Em condições normais de temperatura e pressão, tudo pode acontecer.

Os 20 minutos diários no rádio e na TV já não agregam mais em termos de ampliação do nível de conhecimento dos dois candidatos, até porque grande parte dos programas eleitorais está voltado quase que exclusivamente para a desconstrução dos adversários. As propostas das coligações são tangenciais e passam ao largo daquilo que deveria ser o cerne do debate político: quais caminhos são apontados para melhorar o futuro do Brasil?

Embora tardiamente, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral na reta final da campanha resolveram barrar as acusações dos candidatos, que ao longo dos últimos quase 60 dias foram a tônica da disputa eleitoral. Muitas acusações e poucas propostas.

O debate da TV Globo, que será realizado na quinta-feira, o último do segundo turno, deverá ter mais visibilidade dos que todos os anteriores. Ele influenciará a definição dos votos?  É aguardar para conferir.