Alagoinhas, “problemáticas”, “solucionáticas”, táticas e estratégias – Maurílio Fontes

A frase “Não me venham com a problemática que eu tenho a solucionática” é uma das mais conhecidas de Dario (Dadá Maravilha), magistral centroavante cujo auge foi na década de 70 no Atlético Mineiro, com passagens também brilhantes por outros clubes, inclusive o Esporte Clube Bahia. Dadá, quase sempre, cumpria o prometido antes das partidas. 

Tite não teve a “solucionática” para enfrentar a tática da Bélgica e segundo dois reconhecidos analistas – Tostão, brilhante jogador do Cruzeiro e da seleção campeã em 1970, e Paulo Vinícius Coelho, conhecido como PVC, – o treinador brasileiro não fez a leitura correta tanto da escalação do adversário quanto dos seus movimentos no primeiro tempo.

Caros leitores, este não é um artigo sobre futebol, área na qual tenho pouca competência analítica, e sim com temas vinculados à política de Alagoinhas, assunto no qual, não sendo Romário na pequena área, com seu brilhantismo incomum (para Tostão, o “Baixinho” foi o maior atacante de todos os tempos na pequena área”), ainda consigo bater uma bola e até fazer “uns golzinhos”.

Em 18 meses de administração, completados em 30 de junho, o prefeito Joaquim Neto não conseguiu as “solucionáticas” para as “problemáticas” de Alagoinhas.

Joaquim joga futebol com regularidade semanal, mas não é Dario, verdadeira máquina de fazer gols, e nem Dirceu Lopes, um dos maiores jogadores de meio-campo do Brasil, brilhante articulador de jogadas do Cruzeiro, hoje praticamente desconhecido por ter atuado em um tempo de grandes craques, verdadeiros malabaristas da bola, mágicos capazes de “frenetizar” os amantes do esporte bretão. 

Existem táticas e estratégias bem definidas pelo governo Joaquim Neto para implementar as “solucionáticas“, ou ao menos parte delas, tão necessárias ao desenvolvimento da cidade?

Na complexa Alagoinhas, o prefeito precisaria saber manobrar seu staff (secretariado) visando conseguir o máximo de eficácia no campo de batalha, que é o dia a dia da administração pública, demonstrando habilidade tática no comando da gestão alagoinhense, ainda pouco visível, e que a cada dia se revela como dissociada da personalidade do alcaide. 

A estratégia é fundamental para o sucesso de qualquer administração, mas apenas quando as operações e movimentos do staff  estão corretamente desenhados pelo comandante da tropa. 

A tropa joaquinista, selecionada no início do governo, se “notabilizou” pela incompetência, baixa capacidade resolutiva e nenhuma sinergia, fundamental para a criação de verdadeiro amálgama, como se a equipe governamental fosse um time desconexo em campo, sem ligação entre defesa, meio de campo e ataque. 

Sob certos aspectos, o técnico Joaquim perdeu o timing e não fez as substituições no tempo certo para dar as respostas requeridas pela sociedade alagoinhense.

Ainda há tempo, o placar é desfavorável, a torcida mais vaia do que aplaude, e as redes sociais se transformaram nas arquibancadas a partir das quais ecoam sonoros apulpos ao joaquinismo.

Qual a torcida organizada do governo municipal? Até mesmo aqueles que deveriam vestir as camisas com as cores do joaquinismo, ocupantes de cargos de confiança, em privado, revelam grandes insatisfações e muitos perderam esperança quanto às mudanças de rumo do governo. 

Joaquim Neto não é Didi, o maestro das vitoriosas campanhas do escrete canarinho de 1958 e 1962, que nos legou imagem emblemática: após um gol do adversário, Didi, o Mr. Football (O Senhor Futebol), pegou a bola no fundo da rede, caminhou lentamente até o meio do campo, colocou a “pelota” na marca da cal e a partida foi reiniciada.

A seleção brasileira ganhou a partida.

É preciso mudar o jogo.

Chega de gols contra.

A bola tem que estar nas mãos do prefeito Joaquim Neto. E as ações governamentais devem ser bem planejadas e executadas. 

A esperança é a última que morre, mas o governo não pode morrer antes dela. 

Joaquim é craque ou perna de pau? 

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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